Renata Osinska / Free stock photo Brincar tem que se lhe diga… a começar pela escolha do brinquedo. Muitos de nós nem nos apercebemos que o primeiro de todos os brinquedos é o próprio corpo da criança, um corpo que ela vai descobrindo logo após o nascimento, quando se agita, quando observa as mãos, quando leva o pé à boca… Nesta porta de entrada no jogo do faz-de-conta, neste jogo simbólico, a fantasia é rainha bem sentada no “trono” por vários anos, os brinquedos deixam de ser usados apenas para as funções a que se destinam e na cabeça da criança são tudo o que ela quiser que sejam. A cada momento, os brinquedos mudam de “personalidade” e a capacidade de imaginação da criança surpreende o adulto mais criativo. No seu mundo de fantasia, a criança faz tudo o que, devido à sua tenra idade, lhe está vedado no mundo real. Ao mesmo tempo, aprende a gerir as suas angústias e os seus afetos. Soluciona problemas e resolve conflitos, vai experimentando sentimentos. Não é por acaso que, muito provavelmente, todos nós nos lembramos de um determinado brinquedo que nos acalmava, ao qual recorríamos nos momentos de angústia ou insegurança, para o qual voltávamos quando algo nos assustava, depois de uma reprimenda dos pais ou de uma zanga com os amiguinhos da escola. Com os colegas estabelecem-se, aliás, jogos muito específicos. Jogos que testam a força, o domínio e que, por isso, envolvem confronto físico. São jogos que ao mesmo tempo ensinam a criança que umas vezes se ganha e outras se perde.Ganhando e perdendo, vão aprendendo a lidar com as emoções, com as vitórias e as frustrações. Terá de ser assim ao longo da vida. Saber escolher nem sempre é fácil Durante o primeiro mês de vida, os brinquedos mais adequados são aqueles que mexem, sem arestas e com cores contrastantes. Um “mobile” colorido por cima do berço é a melhor prenda para o seu bebé. Aliás, o berço será o centro dos primeiros meses de vida, muito mais do que um simples local para dormir. Além de mantê-lo seguro, o berço deverá ser também um espaço de entretenimento para o bebé: enquanto está acordado os brinquedos permitem-lhe desenvolver a capacidade visual e a coordenação dos membros. Um urso ou outro boneco de pelúcia ajudam o bebé a acalmar-se, as luzes, cores, a música e o movimento das pequenas figuras suspensas sobre o berço fazem-no sentir-se seguro e adormecerá mais depressa, deixando os pais tranquilos. Já pelos três meses, as rocas exercem grande fascínio nos bebés. Ajudam-nos a relacionar o som com o movimento da mão, na medida em que ao serem agitadas produzem um ruído que chama a atenção do bebé e ele aprende que se ouvir um barulho é porque, provavelmente, há algo para ver. Nesta idade também os pórticos, aqueles suportes com objetos pendurados, se revelam interessantes, pois o bebé é estimulado, tentando tocá-los, fazê-los mexer. Aos seis meses, começa a descobrir sons e texturas, pelo que o mais adequado são brinquedos leves, fáceis de agarrar. Um centro de atividades é o ideal: é simultaneamente uma fonte diversificada de sensações e um brinquedo seguro, uma vez que fica preso às grades da cama. Livros de cartão forte, com cores vivas e ilustrações simples são igualmente úteis, despertando a atenção da criança e estimulando a precisão de movimentos. Entre os seis e os nove meses, as crianças já costumam entreter-se com copos ou cubos de empilhar e argolas de diferentes tamanhos que se encaixam num suporte. Brinquedos que se coloquem de pé são os mais adequados, mas não se espante se a criança preferir derrubá-los. Um espelho exerce também grande fascínio nesta idade, havendo livros e centros de atividades, incluindo tapetes, que já preveem esta atração pelo reflexo. Algures antes do primeiro aniversário, chega o interesse pelos puzzles.Simples, de peças grandes, fáceis de encaixar, é claro, ajudam a criança ao nível da destreza, ensinam-na a treinar a coordenação entre os olhos e as mãos. Os puzzles são, aliás, uma típica atividade de família, ajudando mesmo a pacificar relações entre irmãos… normalmente, os irmãos disputam os brinquedos, mas são capazes de trabalhar lado a lado na construção de um puzzle. Com animais ou letras, proporcionam, além do mais, uma aprendizagem segura sobre os temas que interessam à criança. Entre o ano e o ano e meio, a criança entra no mundo do faz-de-conta e os seus objetos preferidos são aqueles que imitam o mundo dos adultos: os telefones, os estojos médicos, os conjuntos de cabeleireiro ou de mecânica... Permitem-lhe imaginar-se como adulta, imitando o pai ou a mãe. Esta é também a idade das especial construções, dos primeiros legos (de peças grandes, naturalmente), brinquedos que estimulam a coordenação de movimentos. A mesma função desempenham os brinquedos de puxar e empurrar, que promovem também o equilíbrio. Os instrumentos musicais costumam ser igualmente apreciados quando se ronda os 18 meses, se bem que logo desde as primeiras semanas de vida os brinquedos com sons sejam muito estimulantes. A audição é, de resto, um dos sentidos que se desenvolve mais depressa, a par do tato. O faz-de-conta continua no segundo ano de vida, com as crianças a preferir brinquedos que desempenham funções específicas, como copos e pratos que permitem dar de comer aos bonecos… Mas também os lápis entram no mundo infantil por esta idade e nos rapazes acentua-se o interesse pelas bolas e os triciclos, claro, grandes treinadores do equilíbrio. As crianças brincam a maior parte do tempo, mas brincar é muito mais do que passar o tempo. Brincar é uma coisa séria, que influencia o crescimento físico, intelectual, emocional e social da criança. Ao mesmo tempo estimula a individualidade e fomenta a sociabilidade. Por isso é tão importante a forma como escolhemos os brinquedos que vamos dar às nossas crianças este Natal. Photl.com Eu é que sou a mãe!... A boneca constitui, com os peluches, o primeiro brinquedo afetivo de uma rapariga. E isto porque a inteligência dos recém-nascidos é sensorial, com o hemisfério direito do cérebro, o da emoção, a dominar o esquerdo, o da razão. Por isso mesmo a primeira boneca deve ter qualidades sensoriais: deve ser manipulável, leve, ter um corpo macio e ser agradável ao toque. Uma bebé de um ano não brinca propriamente com a sua boneca: agarra-a, morde-lhe, atira-a ao chão, abana-a, mas sem que estes gestos sejam agressivos. É entre o ano e meio e os três anos que as meninas vão descobrindo que a sua boneca tem dois braços, duas pernas, olhos e boca. Através desta descoberta, a boneca cumpre a importante função de as ajudar a estruturarem o seu próprio esquema corporal. Este é também o período em que as raparigas imitam os adultos, ou melhor, a sua mamã. Assim, dão de comer à boneca, dão-lhe banho, levam-na a passear. É só a partir dos três anos que as raparigas penteiam, maquilham e vestem as suas bonecas ao pormenor, porque é só por essa altura que tomam consciência da sua própria feminilidade. Uma consciência que as leva a tentar “seduzir” os pais, manifestando uma certa vaidade na forma como procuram escolher o que vestem e como se penteiam. O meu carro é igualzinho ao do pai!... Normalmente, são os pais que compram o primeiro carrinho do filho. Para brincarem os dois, porque a paixão pelos automóveis não é exclusiva da infância, prolonga-se entre o momento de ser filho e o momento em que se é pai. E dura, dura... é só pelo ano e meio que a criança aprende a manipular um carrinho. Nessa idade, o primeiro automóvel deve corresponder à sua morfologia: deve ser pequeno, redondo de modo a ser facilmente apreendido pela pequena mão e fácil de utilizar. E sobretudo deve ser conforme às normas europeias de segurança, sem rodas que se possam retirar e sem peças que possam ser engolidas. Já aos três anos, o rapazinho interessa-se pelas réplicas das viaturas dos adultos: pelos automóveis de passageiros, mas também pelas ambulâncias, pelos carros da polícia ou dos bombeiros. e pelas garagens e demais acessórios do mundo automóvel. Vivendo uma fase de imitação, copia o pai: repara o carro, abre o motor, muda o pneu, acelera pela auto-estrada... enfim, identifica-se com o adulto e ao mesmo tempo afirma-se como rapaz. Fonte: Farmácia Saúde
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