Por Carla Pereira, psicóloga / Fale Connosco – Saúde Personalizada Desde muito cedo que os nossos jovens são incentivados a pensar no seu futuro profissional. A pergunta “Que queres ser quando fores grande?” é disso um exemplo claro. À medida que as crianças crescem cresce também a necessidade de terem projetos mais concretos e realistas, sendo necessário refletir de forma mais séria sobre o seu futuro. A tomada de decisão relativamente ao futuro profissional é muitas vezes uma questão difícil de gerir, pois são muitas as opções, bem como as dúvidas e incertezas. Ao finalizar o 9º ano de escolaridade é pedido ao jovem que escolha uma área de estudos, o que irá, obrigatoriamente, condicionar as suas escolhas profissionais futuras. Nem sempre esta escolha se revela fácil. “Deverei seguir uma área do meu interesse ou uma área com mais saídas profissionais?”, ”Que profissões poderei depois seguir nesta área?”, “Terei capacidades para seguir essa área?”. São muitas as dúvidas e as questões que tornam este processo de tomada de decisão complexo e difícil. Para que o jovem consiga escolher de forma ponderada é crucial que este se conheça muito bem enquanto aluno, que descubra os seus interesses e aptidões, que analise as diferentes possibilidades de prosseguimento de estudos e que explore a realidade de diferentes profissões. É neste sentido que um processo de Orientação Vocacional pode ajudar o jovem aluno a tomar melhores decisões. Que é a Orientação Vocacional? É um processo de avaliação que pretende ajudar o aluno nas suas tomadas de decisão face ao seu futuro académico. No fundo podemos dizer que se trata de um processo de autoconhecimento, em que o jovem procura descobrir aspetos sobre si próprio e sobre o meio envolvente que o irão auxiliar na tomada de decisão. O técnico que leva a cabo o processo de Orientação tem a responsabilidade de guiar o jovem nesta descoberta. Para tal, recorre à aplicação de provas de avaliação específicas, nomeadamente no que respeita aos interesses do aluno, às suas aptidões, características de personalidade ou valores profissionais, mas não é apenas isso que compõe o processo de Orientação Vocacional. A procura ativa e recolha de informação por parte do jovem é fundamental ao longo de todo o processo. Este deverá revelar uma atitude de autonomia e de grande responsabilidade, pois todas as decisões futuras dependerão dele e não dos resultados da Orientação Vocacional. O processo de Orientação pode ser fundamental para os alunos que têm muitas dúvidas mas também para aqueles que procuram confirmar as suas intenções de escolha. Como é organizado o processo? Não existe apenas uma forma de conduzir o processo de Orientação, no entanto, há aspetos que deverão estar sempre presentes. A Entrevista e a aplicação de provas de avaliação nos domínios já referidos (p.e., interesses, aptidões, maturidade vocacional, personalidade) são aspetos fulcrais deste processo. A Orientação Vocacional poderá ser desenvolvida somente em sessões individuais ou poderá apresentar sessões grupais durante a aplicação das provas de avaliação, desde que as condições ideais estejam reunidas e não comprometam os resultados dos testes. Já a Entrevista e a devolução dos resultados, geralmente sob a forma de relatório, deverão assumir um carácter individual. Durante o processo de Orientação o jovem é o “ator principal”. É ele quem deverá fazer as questões, levantar dúvidas e simultaneamente procurar respostas recorrendo aos diferentes meios de informação ao seu dispor. É também dele a responsabilidade e o mérito de escolher o caminho a seguir após analisar toda a informação recolhida e os resultados das provas que realizou. Não podemos também esquecer o papel fundamental da família em todo este processo enquanto suporte do jovem nas suas escolhas. É importante salientar que o processo de Orientação Vocacional não pretende tomar decisões pelo jovem mas sim orientar e facilitar a sua tomada de decisão, para que o seu percurso académico avance sem ansiedade ou retrocessos.
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