Simplicidade e criatividade! Eis como se pode definir esta prática quando realizada com os mais pequenos As crianças adoram meditar. É algo inato para elas, pelo que pode dizer-se que não se ensina, relembra-se. Sentem-se mais calmas e felizes após a prática, num ambiente de calma, brincadeira e imaginação. A Meditação é uma “faculdade” natural do ser humano e que cada um de nós tem a sua forma de o fazer. Não há uma maneira exata e correta, não há uma posição obrigatória, nem o tempo certo de o fazer. As crianças que praticam meditação aprendem e desenvolvem técnicas para relaxar física e emocionalmente, conseguindo lidar melhor com os habituais medos, ansiedades, timidez, agressividade e hiperatividade (que mais não são do que energia mal canalizada). Não é por acaso que esta constitui já uma prática habitual em muitas escolas (principalmente na América e na Ásia), pois o mundo científico comprovou os imensos benefícios que provoca nos campos da saúde, autoconhecimento e relacionamento com os outros. Hoje em dia, torna-se essencial a meditação para as crianças. A vida agitada dos tempos modernos têm influência no seu desenvolvimento: stress, ansiedade, falta de concentração, distúrbios do sono e agressividade são só alguns dos problemas que cada vez mais as atinge. Todos estes efeitos são consequências daquilo a que elas são expostas diariamente: o tempo contado ao segundo, jogos violentos, uso indiscriminado da televisão, trabalhos escolares e atividades extra-curriculares em demasia, falta de tempo de qualidade com os pais para que se possam conhecer verdadeiramente e criar uma completa envolvência emocional. Que é podemos esperar de tudo isto? Saiba pois que há algo dentro de cada um de nós que pode ser a cura que procurávamos. Meditar é isto mesmo: parar o “barulho” da nossa mente e encontrar o nosso “centro” para que possamos direcionar as nossas energias. A meditação para crianças retoma este conhecimento. Exercícios que remetem para o seu interior, complementados com outros de criatividade que mostram novas realidades. As meditações são guiadas e têm por base o universo infantil, e os exercícios de criatividade possuem utilidade prática uma vez finalizados. Meditação não significa estar muito quieto, de pernas cruzadas e olhos fechados; significa, sim, dar-lhes tempo e espaço para serem criativas, para praticarem a atenção e estarem livres de preocupações e da ansiedade transmitida diariamente, um processo que pode beneficiar muitos pais no seu envolvimento com os filhos. Na meditação para crianças, elas são convidadas a “passear” com os olhos da alma. Os efeitos a curto prazo são visíveis e comprovados cientificamente: aumento da capacidade de concentração, melhoria no aproveitamento escolar, melhor gestão das emoções, redução dos problemas de saúde, entre outros. A longo prazo, o melhor efeito será um adulto equilibrado e com uma inteligência emocional acima da média e por isso mesmo a meditação introduzida logo na primeira infância é uma ferramenta preciosa para descobrirmos a nossa felicidade. Principais benefícios Espirituais - Despertar e fortalecimento do corpo de luz - Crescimento espiritual - Abertura de consciência - Consciência da energia pessoal, a base do Ser - Noção do poder da aura - Enraizamento - Entendimento sobre realidades paralelas Concretos - Autodisciplina - Auto-estima - Auto-afirmação - Paz interior - Criatividade - Sensibilidade musical - Contacto com o imaginário - Foco nos momentos de estudo - Gestão de stress emocional Práticos - Maturidade emocional - Estabilidade na aprendizagem - Saúde - Estabilidade no sono - Redirecionamento das energias hiperativas - Produção de peças criativas - Disciplina - Bons relacionamentos inter-infantis - Independência - Assertividade - Reconhecimento dos parâmetros facilitados pelos adultos pela compreensão Texto: Daniela Ventura (http://www.celestialcocoon.com/) Imagem: goce risteski - Fotolia.com
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É fundamental que a família saiba responder às perguntas com a mesma naturalidade com que elas forem colocadas, utilizando o vocabulário próprio às suas fases de desenvolvimento Hoje em dia já não passa pela cabeça de ninguém explicar que os bebés vêm de Paris transportados por uma bonita cegonha branca, por mais ternurenta que seja a imagem. No entanto, muitos pais continuam a sentir-se embaraçados quando os filhos lhe fazem perguntas deste género, não sabendo sinceramente se desviar a conversa ou antes alimentar qualquer outra história do género, igualmente desfocada da realidade. Mas a verdade é que a educação para a sexualidade e os afectos começa muito cedo, e há que estar preparado para abordá-la logo que a criança demonstre curiosidade sobre o tema. Normalmente, esta fase inicia-se por volta dos três anos de idade, quando começam a interrogar-se sobre as diferenças entre os sexos. Dúvidas de caráter anatómico, prioritariamente. Depois é a mãe, uma tia ou uma vizinha que engravida, suscitando a célebre pergunta “de onde vêm os bebés?”, para logo depois irem mais longe no seu raciocínio “e por onde saem?”, “como é que eles entraram para aí?”, “como se fazem os bebés?” Todas estas questões em catadupa podem não ser fáceis, e a explicação da segunda ou da terceira implica forçosamente que já se tenha esclarecido a primeira. Há um encadeamento lógico entre elas, tão possível de fluir quanto maior for a confiança entre a criança e os seus progenitores. No fundo é bom sinal que isso aconteça. Mas também há crianças que chegam aos seis e sete anos de idade sem nunca terem levantado semelhantes assuntos, deixando os pais convencidos de que nunca pensaram realmente nele. Mas não necessariamente. Este grupo opta normalmente pelas alusões indiretas ao assunto, ficando ativamente atentos às reações (uma menina por exemplo, pode passar a fazer chichi em pé). Evite tanto quanto possível que estas situações aconteçam, que é o mesmo que dizer, tome você própria a iniciativa, conjuntamente com o outro progenitor, de falar-lhe de algo tão maravilhoso como a origem da vida. O silêncio nem sempre é de ouro. Assim, com a maior das naturalidades, responda às coisas do sexo, mostrando-se disponível a esclarecer todas as dúvidas que vierem pela vida fora. Faça-a sentir, sobretudo, que a sua curiosidade é saudável e importante no caminho de uma sexualidade sã, segura e responsável. • Utilize termos simples e adequados a cada idade. Se eventualmente costumam referir-se aos órgãos genitais com palavras como “pilinha” e “pombinha” ou “pipi”, continue a utilizá-las. Com os mais velhos, pode começar a introduzir os “nomes científicos”. Tenha especial atenção com a linguagem utilizada, de forma a evitar que ajuízem o sexo como algo negativo ou violento. • Leve em conta a idade e maturidade quer afectiva quer intelectual do seu filho, de forma a poder avaliar o tipo e a quantidade de informação que deve transmitir-lhe. De qualquer forma não empolgue de mais a questão, a própria criança dará a entender até onde os pais podem chegar. • Diga a verdade com naturalidade, através de respostas claras e directas. A imagem da pequena semente colocada pelo papá pode servir em determinada idade, como explicação de como os bebés crescem no seio materno. Além disso funciona como uma excelente forma de evidenciarem o papel deste na conceção. • Evite rodeios e jamais dê ao tema um carácter algo insólito, acompanhado de um conjunto de sinais pouco recomendáveis, tais como risinhos e outros gestos que podem ajudar a criar um clima de tabus à volta do assunto. • Acima de tudo é importante ensiná-los a aceitar o seu próprio sexo e a recusar qualquer atitude sexista. Quando chega a puberdade Ao longo deste período da vida e por maior abertura que tenha existido com os pais, os jovens tem tendência a fechar-se num mundo só deles, a braços com novas tarefas mas também com novas pulsões. As perguntas cessam, mas geralmente sabem sempre mais do que se imagina. Sem desrespeitar essa intimidade e pudor, natural da fase que atravessam, mostre-se igualmente aberto a falar sobre sexualidade e afectos, no mesmo tom natural. É verdade que muitos progenitores denotam uma certa dificuldade em fazê-lo por esta altura, mas há que ultrapassar esta limitação, esta espécie de vergonha sem sentido. Até mesmo porque eles continuarão a informar-se através de outros canais, nem sempre saudáveis, e que levam a muitas deformações. Mais uma vez, tome a iniciativa, por exemplo, oferecendo-lhe um bom livro sobre o assunto. É um excelente começo de conversa e que poderá funcionar como complemento ao que vão aprendendo na escola, a quem cabe neste momento também manter os jovens no bom caminho na questão da sexualidade e dos afetos. Texto: Inês Mendes / Imagem: Dreamstime.com A medida dos afetos não se vê pelos presentes, antes no tempo que se dedica à criança. Enquanto brincam, os progenitores preparam o caminho da autonomia que passa pela aprendizagem da tomada de decisões. Ainda no ventre materno, a criança desejada é acarinhada com ternura enquanto a mãe sonha com um bom futuro para ela. Que seja saudável e linda – a mais bonita das crianças, – que seja feliz, que caminhe na rota certa e direita da vida e, finalmente, quando for grande tenha êxito nas relações sociais e profissionais. É natural, mas nada cresce de um simples desejo por mais forte que seja. Tudo se constrói, uma parte condicionados pelo ambiente que nos rodeia, já que a outra é só nossa, aquela que faz parte de um eu indivisível. Tendo em conta e respeitando este ‘tesouro’ único, cabe aos pais facilitar o resto, o treino de todos os ingredientes necessários à autonomia, à autoconfiança e auto-estima. Para o melhor e para o pior somos, em grande parte, resultado do que recebemos ou não na nossa infância. Começamos a registar antes de perceber... impressões que colocamos na caixa do tempo para um dia irmos ou não buscar, mas que se refletem continuamente no nosso caráter, na relação connosco mesmos e com os outros. Por isso é que educar não é tarefa fácil mas um desafio fascinante. Seja qual for a sua própria experiência, zele para que o futuro do seu filho seja risonho e seguro. Comece já, colocando em prática alguns conselhos. • Dedique-lhe tempo. Aproveite as oportunidades para brincar e jogar com o seu filho, ouvir as histórias que tem para contar-lhe e responder às suas dúvidas sempre com honestidade, coerência, respeito e todo o carinho. • Dê valor aos seus sentimentos e ideias. É uma condição importantíssima na construção da autoconfiança e um excelente estímulo a futuros encontros de amizade, pautados pela cordialidade. Ajuda a desenvolver o sentido de sociabilidade. • Aceite-o e respeite-o tal como é. Para que ele também possa fazê-lo, ou seja, aprenda a gostar e a apreciar-se pelo que é (isto não significa que se tiver de limar alguma aresta não o faça). Por outro lado, é um excelente exemplo de tolerância. • Saiba ser firme mas também benevolente. O facto de as regras serem fundamentais na educação e orientação das crianças e que exigem firmeza para que possam ser aplicadas, isso não significa que quando infrigidas, esporadicamente, tenham de ser punidas com castigos exagerados. Procure o equilíbrio. • Ensine-o a ser responsável e disciplinado. Para isso, lembre-se de que é preciso criar-lhe espaço e saber aceitar os erros dos primeiros ensaios. Dê-lhe tarefas à medida da idade para que se sinta útil e treine a responsabilidade. • Esteja atenta aos seus estados de espírito. Leve em conta as suas preocupações, convide-o a falar no assunto e ajude-o a secar as lágrimas, com afeto mas sem pieguices. • Transmita-lhe o mais possível mensagens positivas. Esta é uma das condições para apanhar a estrada certa do futuro, com coragem e espírito combativo, o que nos faz sentir um enorme bem-estar interior. • Ensine-o a tomar as próprias decisões. Mesmo que veja que vai errar, deixe-o experimentar por conta própria. É bom que se habitue a tomar nas mãos os desafios, construindo uma personalidade forte e lutadora. Texto: Inês Mendes Imagem: Marzanna Syncerz/PhotoXpress O desenvolvimento geral de cada criança não é padronizado, mas a família pode e deve ser participativa nas suas aprendizagens Apesar de ainda não conseguir expressar-se por palavras – ou simplesmente não queira arriscar até se sentir segura – a criança muito pequena está apta a captar todas as energias que povoam o meio que a rodeia. E nesse aspeto, é uma “esponja”, absorvendo tudo. A linguagem é uma habilidade, talvez, mas sobretudo resultado de um processo de aprendizagem, onde raciocínio e imitação também lá estão. Tudo começa com o palrar tão ternurento e sempre sedutor, depois aparecem os sons com significado, palavras soltas reforçadas com sinais, até que, juntando-as, descobre-lhes o sentido. A caminhada começa por volta do primeiro ano de vida, mas o progresso pode estar ligado a vários fatores. Pelo menos os especialistas defendem que o temperamento e a personalidade do bebé, assim como a forma como é tratado e o tipo de atmosfera que o rodeia têm muita influência. Um bebé afetuoso e comunicativo por excelência supostamente terá mais necessidade de aprender os segredos da linguagem para entender e fazer-se entender claramente, enquanto outro de natureza mais calma, preferirá observar e estudar o mundo exterior antes de afirmar a seu conceito sobre o mesmo. Mas não é menos verdade que a falta de estímulo pode ser um entrave à aprendizagem da linguagem. Se a mãe, essa figura tão importante na sua vida, passa as horas a seu lado mas fechada sobre si mesma, a criança sentirá que também não precisa de comunicar. Da mesma forma, o contrário levado a extremos, ou seja a criança que é quase perseguida para falar ou que lhe colocam tudo nas mãos sem que sinta necessidade de expressar-se para o obter pode sentir-se no primeiro caso inibida, no segundo que não vale a pena esforçar-se. Mas é claro que tudo isto é relativo, pois não faltam casos que deitam algumas destas teses por terra. Por isso, aja com tacto: respeite o ritmo do seu filho, felicite-o por cada progresso, nunca o compare com os outros meninos, evite transmitir-lhe ansiedade, fale com ele em todas as situações – enquanto o alimenta e lhe dá banho... – peça-lhe os objectos, dando-lhes o nome próprio, identifique as tarefas onde se envolvem e as brincadeiras. E um dia, quando menos esperar, ele desabrochará para a arte das palavras, tornando-se um ser cada vez mais sociável. Texto: Inês Mendes / Imagem: Dreamstime.com |