Nós somos tristes, por Jorge de 8 anos (In A Criança e a Vida)
Na noite de carnaval eu estava muito triste, e via todas as pessoas magoadas. E a cor do céu também estava aborrecida. / E os homens das laranjas sem apregoar. E eu não sabia o que tinha sido. Mas quando a minha mãe voltou, disse-me: “- Os polícias voltaram a bater nos vendedores". / E eu disse à minha mãe: “ – Que chatice!” E a minha mãe deu-me um beijo. E tantas vezes os pais e as mães se preocupam porque a criança não come, porque a educadora diz que ele se isola, porque o filho mais velho desafia os adultos e a filha do meio está a ter maus resultados na escola. O meu filho que se isola no quarto e não fala e o pequenino que faz birras no supermercado e diz que não gosta dos pais... É compreensível que cada pai, cada mãe, cada educador se preocupe com os mais novos, com aqueles que vê crescer todos os dias e se sente responsável pelo caminho tomado pelo crescimento dos que viram nascer. É compreensível porque não sabemos como se faz, é compreensível porque não trazemos um livro de instruções, nem nos podemos licenciar em paternalidade. Mas é como conta o Jorge, de 8 anos, e quantos Jorges há por aí que naquele momento em que há um sobressalto, uma revolta, uma frustração e uma angústia, sabe tolerar, aceitar e o que recorda é o beijo da mãe, que apazigua, que tranquiliza, que dá força para depois continuarmos a fazer frente “às chatices” da nossa vida, e às vezes tão grandes, as chatices. É por isso que antes de tudo, mesmo ainda na barriga ou nos primeiros tempos cá fora, o afeto é a melhor das prevenções e intervenções. Depois vem o resto. Hoje, amanhã, agora, um beijo nos seus filhos, bem grande, bem apertado... Sim, mesmo que ele agora refile por estar a apertá-lo nos seus braços... Um dia vai lembrar-se e saber tão bem... Texto: Rita Castanheira Alves (Mindkiddo/Oficina de Psiciologia) Imagens: FreeDigitalPhotos.net
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FreeDigitalPhotos.net Eu quero agora! Já! Costuma ouvir esta frase com frequência? Há que estabelecer limites... Segundo um estudo apresentado no The Journal Of Child Psychology And Psychiatry, 98% das crianças até aos 10 anos estão muito centradas nos seus próprios interesses e prazeres egocêntricos, manipulando os adultos para obter algo como um chocolate ou um brinquedo novo! Estes comportamentos podem atingir um nível mais problemático, quando não existem limites colocados pelos adultos e muito diálogo para criar consciência e sensibilidade. Estas crianças têm pouco controlo sobre os seus impulsos, não conseguem planear e podem mesmo tornar-se violentas ou produzir birras extraordinárias, quando as suas necessidades não são imediatamente saciadas. As “crianças usarão todas as ferramentas à sua disposição para assegurar a gratificação”, afirma Mateo, investigador deste estudo. “E assim que o desejo for cumprido, seja ele algo material ou simplesmente um desejo insaciável e narcisista que queiram ver validado, elas rapidamente ficam aborrecidas e perdem interesse nas suas vítimas, pensando de seguida em qual vai ser o seu próximo desejo hedonista.” Mateo acrescenta ainda que quando as crianças são confrontadas diretamente com as consequências do seu comportamento têm pouca ou nenhuma capacidade de expressão de culpa, para além de afirmações de “arrependimento”, a que geralmente são coagidos a assumir e por isso são facilmente imitadas “Desculpa”, “Não volto a fazer”, “Foi sem querer”. Mateo afirma também que os avós são especialmente susceptíveis a este tipo de comportamento manipulador. Apesar das evidências apresentadas neste estudo, as mesmas foram alvo de pesadas críticas pelas pessoas que se associam com crianças numa base regular e que se recusam a acreditar que estão a partilhar as suas casas com pequenos ditadores. E em sua casa?... Texto: Vera Lisa Barroso, Mindkiddo Fonte: New Study reveals most children unrepentant sociopaths - by, Leonard Mateo - University of Minnesota (12, 2009), in The Onion America's Finest New Source. |